domingo, 4 de outubro de 2009

Música, Um Diferencial em Nossa Adoração


Por: Rayssan Guimarães Cruz


A música pode ser um benefício ou um malefício para uma sociedade. Ela tem poder de moldar pensamentos e emoções. Inspira ações nobres ou atitudes da própria natureza humana. Este tem sido um dos meios mais eficazes que Satanás tem utilizado para ter acesso a nossas almas[1].
A função da música no momento de adoração é fundamental. Neste instante deveríamos nos preocupar com nossas escolhas, principalmente na esfera musical. Como cristãos, muitas vezes temos negligenciado a importância deste momento tão especial.
O objetivo deste artigo não é estabelecer um pensamento individual, mas levar o leitor a refletir sobre esta questão, e assim, com o auxílio do Espírito Santo, chegar às suas próprias conclusões.
O artigo está dividido em duas partes. Na primeira vamos definir o significado e o propósito da adoração na Bíblia. Na segunda parte falaremos sobre a função da música na adoração.

Adoração na Bíblia


Com o passar dos anos, Satanás tem buscado intensamente levar o ser humano a distorcer o verdadeiro propósito da adoração a Deus. O inicio do pecado está relacionado com a adoração[2]. Ela é o tema central entre o bem e o mal, a constante luta entre Deus e o Diabo[3] (ver Apocalipse 14:6-12).
A adoração a Deus é um ato do homem em reconhecimento a providência e bênçãos concedidas por Ele. Adorar não é um simples ato humano, pois requer reverência e santidade. "Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual declaramos a Sua dignidade. A adoração não é passiva, mas sim participativa. Adoração não é simplesmente um clima; é uma reação. Adoração não é apenas uma sensação; é uma declaração." [4]
Na Bíblia, o vocabulário para a palavra adoração é muito extenso, “porém o conceito essencial, tanto no Antigo como no Novo Testamento, é o de serviço” [5]. A palavra utilizada no hebraico e no grego tem o mesmo significado. No original ela significava “o trabalho efetuado pelos escravos ou empregado” [6].
O Antigo Testamento está repleto de exemplos de adoração a Deus. Existem exemplos da adoração individual (Gênesis 24:26; Êxodo 33:9 e 34:8), e daquela que envolve uma congregação (Salmos 42:4; I Crônicas 29:20). “Tanto no tabernáculo como no templo a adoração ritual era proeminente” [7].
A palavra de Deus contém muitos exemplos de como podemos adorar. Lá encontramos que a verdadeira adoração a Ele tem um propósito específico. “A oferta de Caim é uma prova que o culto cristão tem um propósito e um significado teológico” [8]. O culto é mais do que simplesmente um gesto espontâneo feito pelo homem a sua própria maneira.

Música na Adoração

A música é uma parte fundamental em nosso momento de adoração a Deus. Ela pode nos aproximar ou nos afastar dEle. Para Ellen White, a música “corretamente empregada é um dom de Deus, destinado a elevar os pensamentos para aspirações nobres e sublimes, a inspirar e elevar o espírito. Mas mal utilizada ela se torna um dos poderes mais sedutores para a tentação” [9].
Muitos têm confundido o louvor como sendo a própria adoração. Na realidade, ou biblicamente louvor e adoração são duas coisas distintas. Podemos louvar a Deus lavando um carro, caminhando, ou até mesmo tomando banho. O louvor faz parte da adoração[10] e não deve ser o centro dela.
Na Bíblia, principalmente no Antigo Testamento, encontramos várias referências sobre a utilização da música no momento de adoração a Deus. A música tinha um propósito específico. (II Crônicas 20:14-22; II Crônicas 5; I Crônicas 16:8-36; Salmos 33:2; Salmos 67:5). Ao lermos estas passagens, fica evidente que a “música deve erguer os nossos pensamentos àquilo que é puro, nobre e edificante, e despertar na pessoa devoção e gratidão para com Deus” [11].
Outra questão a ser realçada diz respeito à utilização de alguns estilos musicais em nosso momento de adoração. Atualmente existe muita similaridade entre a música oferecida a Deus e a tocada no meio secular. Os defensores da utilização de um estilo mais arrojado nesses momentos tentam basear seus argumentos na história da música, algo que não deve ser feito.
Este artigo não propõe defender um estilo musical específico para a adoração a Deus, apenas enfatizar que a música deve nos aproximar, e não nos afastar dEle. E aquela que nos eleve aos céus, que nos faça reconhecer quem é Deus, é diferenciada e autêntica.
A música adventista é variada. Recebe grande influência do estilo europeu, americano e brasileiro. Se observarmos nosso hinário, poderemos perceber essas correntes de origens. A européia é mais pesada, mais “quadrada”, enquanto a americana e a brasileira é mais variada, mais livre[12]. Essa variedade de estilo tem sido benéfico até o ponto onde não verificamos influências acentuadas de gêneros popular e folclórico [13].
A preocupação de muitos tem sido oferecer aquilo que agrade ao público, atitude completamente errada, pois o gosto do ser humano é falho, muitas vezes apoiado no pecado. Portanto, se procurarmos agradar o gosto do pecador, estaremos oferecendo a ele o próprio pecado. O foco não deve ser o homem, mas Deus e Sua palavra.
A apostasia do povo tem uma relação muito grande com a má utilização da música no culto de adoração[14]. Muitas vezes a música, em vez de aproximar o povo das verdades, o está afastando.
Para o momento de adoração a Deus elas devem ser apropriadas para “a ocasião, não notas de funeral, porém melodias alegres e todavia solenes”[15]. Não podemos ser influenciados, mas devemos influenciar.
É preciso oferecer uma música que agrade a Deus. Ellen White afirma: “Deus não Se agrada de barulho e desarmonia. O certo lhe é sempre mais aprazível que o errado. E quanto mais perto puder chegar o povo de Deus do canto correto, harmonioso, tanto mais será Ele glorificado, a igreja beneficiada e os incrédulos impressionados favoravelmente” [16].


Rayssan Guimarães Cruz é formado em Música e estuda Teologia no Unasp, campus de Engenheiro Coelho, SP.


Notas:

[1] Eurydice V. Osterman. O que Deus diz sobre a música ( Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2007), p. 1.
[2] Vanderlei Dorneles, Cristãos em busca do êxtase, ( Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2008), p. 179
[3] Ibid.
[4] Ronald Allen e Gordon Borror, Teologia da Adoração (São Paulo, SP: Edições Vida Nova, 2002), p. 16 – (ênfase no original)
[5] J. D. Douglas, O Novo Dicionário da Bíblia (São Paulo: Edições Vida Nova, 1979), 35
[6] Ibid.
[7] Ibid.
[8] Horne Pereira da Silva, Culto e Adoração (Engenheiro Coelho, SP: UNASPRESS, 1994), 29.
[9] Ellen G. White. Educação ( Tatuí: Casa publicadora Brasileira, 2001), 166.
[10] Osterman, O que Deus diz sobre a música, p. 6
[11] White, Patriarcas e Profetas, ( Tatuí: Casa publicadora Brasileira, 2001) 594
[12] CMA, A Música na Igreja Adventista (Faculdade de Teologia, 1968), p. 27.
[13] Ibid.
[14] Russel Champlin, O Antigo Testamento Interpretado (São Paulo: Hagnus,2000), p.4833.
[15] White, Evangelismo, ( Tatuí: Casa publicadora Brasileira, 2001), p. 509
[16] White, Testemunhos Para a Igreja Vol. 1, (Tatuí: Casa publicadora Brasileira, 2001), p. 146

domingo, 30 de agosto de 2009

Salvar do pecado e Guiar no serviço, esse é o objetivo!

Por: Thayrine Braun Martins


Durante toda a vida, o ser humano busca alcançar objetivos. Existem diversos, como ser um grande profissional, ter casa própria, se casar ou até mesmo ser rico. Não há nada de errado nessas aspirações; devemos dar o melhor no que fazemos, mas não esquecer a responsabilidade que temos: Salvar do pecado e guiar no serviço. Essa é a prioridade, o objetivo da vida cristã.
O homem vive como se a vida nesse mundo fosse tudo. Preocupa-se somente em adquirir bens materiais e status. O apóstolo Pedro afirma que somos “estrangeiros de passagem por esse mundo” (1Pe 2:11), porém não se deve viver sem que ninguém saiba que você é um cristão, temos que resplandecer a luz do amor de Jesus.
Somos chamados para ser um povo piedoso, que pensa, sente e age de acordo com os princípios do Senhor. Não basta somente saber, é preciso fazer! Se perguntassem para alguém o significado de “salvar do pecado e guiar no serviço” diria que esta frase já é tão clara e não necessita de explicação. Mas se é tão clara por que não a colocamos em prática? Podemos até usar como desculpas: as tentações são tantas! É tão difícil! Jesus disse certa vez que no mundo nós teríamos aflições, mas deveríamos ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo e com certeza Ele não nos deixa sozinhos. Então, como fazer esse objetivo se tornar realidade no dia-a-dia?
É necessário a entrega do eu a Cristo, só Ele é capaz de nos restaurar. Se permitirmos Ele nos moldará, nos acompanhará diariamente. “Buscai em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas.” (Mat. 6:33) Cristo espera que o busquemos diariamente. “Quem for um conjunto vivo de princípios firmes, decididos e justos, será uma influência viva sobre os companheiros e influenciará os outros pelo seu cristianismo”.1 O cristão deve influenciar e não, ser influenciado.
Salvar do pecado é ajudar seu irmão que está necessitando, é pregar o evangelho, é ser a luz do mundo, é transmitir a outros a esperança que iremos em breve viver no céu. Para isso é necessário estar em comunhão com Cristo, pois “só podemos transmitir aquilo que recebemos de Cristo, e só podemos receber à medida que o comunicamos aos outros”.2 A mensagem de Cristo é tão maravilhosa, é egoísmo não transmiti-la.
Guiar no serviço é ajudar o próximo a seguir o caminho correto, é dar conselhos sábios e até mesmo ser exemplos da verdade, enfim, esses dois itens: salvar do pecado e guiar no serviço andam em conjunto na vida de um cristão. “Os que tem como único princípio tornar o serviço e a honra de Deus o supremo objetivo, hão de ver desvanecidas as perplexidades, e uma estrada plana diante de seus pés.”3 Todo ser humano tem o privilégio de ser um conduto vivo que comunica ao mundo sua maravilhosa graça.
Cristo necessita de membros fiéis na sua igreja, homens e mulheres que trabalhem para o bem da humanidade e pregação do evangelho. “Entrega teu caminho ao Senhor, confia nEle e o mais Ele fará”(Sl 37:5). Tenha a certeza: Cristo não te deixará sozinho! Seja um cristão verdadeiro, tenha Cristo como seu guia. Transmita a luz do amor de Cisto, salve do pecado e guie no serviço!



Referências:
1. Ellen G. White. Mensagens aos Jovens (Santo André: Casa Puplicadora Brasileira, 1985), p.29
2. Ellen G. White. Desejado de Todas as Nações (Tatuí: Casa Puplicadora Brasileira, 2007), p.370
3. Ellen G. White. Desejado de Todas as Nações (Tatuí: Casa Puplicadora Brasileira, 2007), p.380

Questão de Princípio


Como é Difícil Esperar

Como é difícil esperar!
Rayssan Cruz
A minha mãe sempre fala: “Filho coloque tudo nas mãos de Deus, Ele sabe o que é melhor para cada um de nós”. Mas isso é tão difícil. Queremos que tudo saia do nosso jeito, se algo dá errado achamos que Deus se esqueceu de nós.
Vivemos achando que Deus deve responder as nossas orações como nós queremos, e muitas vezes não aceitamos a sua vontade. Esquecemos que Ele sabe todas as coisas e sabe o que é melhor para cada um de nós.
Se observarmos um pouco a nossa vida, perceberemos quantas bênçãos recebemos de Deus a cada dia. Não nos falta nada, tudo que necessitamos Ele nos concede. Deus não atenderá um pedido só para nos agradarmos, mas por achar que é necessário para nossa vida.
A partir de Gênesis 37 temos uma história impressionante. Apesar de todas as injustiças ele soube esperar no Senhor. Sempre que leio esta história fico impressionado com tanta fé. José, em nenhum momento duvidou do poder de Deus. Permaneceu firme a Deus nos momentos mais desconfortáveis de sua vida.
A ansiedade é um inimigo diário que devemos vencer. Em Filipenses 4:6 diz: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça.
Deus quer nos ajudar, Ele quer o nosso melhor. Em Mateus 8:11 Jesus diz: Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos Céus dará boas coisas aos que lhe pedirem?
O que Deus quer de cada um de nós é que façamos a nossa parte. Buscá-lo diariamente de todo o coração, confiar nEle, e colocar em suas mãos todos os nossos planos e sonhos.
“Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-lo ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nele será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos do Seu Espírito” (Desejado de Todas as Nações, p. 83).